quinta-feira, 14 de maio de 2009

...a árvore em mim respira


(…)

Uma criança brinca nas dunas, o tempo
acaricia,
o ar prolonga. A brancura é o caminho.
Surpresa e não surpresa: a simples
respiração.
Relações, variações, nada mais. Nada se cria.
Vamos e vimos. Algo inunda, incendeia,
recomeça.

Nada é inacessível no silêncio ou no poema.
É aqui a abóbada transparente, o vento
principia.
No centro do dia há uma fonte de água clara.
Se digo árvore a árvore em mim respira.
Vivo na delícia nua da inocência aberta.

António Ramos Rosa

Sem comentários: