Meu pai sempre me acordava pela manhã
E ia cantando para o quintal
Enquanto fazia a barba
Debaixo do caramanchão
Da buganvília cor-de-violeta.
Era no tempo dos tamarindos
Zenza Niala vinha entrando na cancela
À cabeça a quinda carregadinha de fruta
Sempre cumprimentava minha mãe:
-“Sápêrê, Dona!”
Minha mãe respondia:
-“Olá”
Ela agachava no chão
Destapava a quinda
E por sob as folhas frescas de mamoeiro
Mostrava papaias e pitangas saborosas
Às vezes trazia fruta-pinha e sápe-sápe
Era sempre o mesmo diálogo
Minha mãe:”Chingamin?”
Zenza Niala no chão sorria
Mostrava os dentes de marfim
E respondia
-“Meia-cinco, sinhóra”
Era no tempo dos tamarindos.
E havia “bigodes” e “bicos-de-lacre”
Cantando nas acácias do quintal.
Depois Zenza Niala ia embora,
As ancas baloiçando
A quinda na cabeça
Era no tempo dos tamarindos
Ernesto Lara Filho
E ia cantando para o quintal
Enquanto fazia a barba
Debaixo do caramanchão
Da buganvília cor-de-violeta.
Era no tempo dos tamarindos
Zenza Niala vinha entrando na cancela
À cabeça a quinda carregadinha de fruta
Sempre cumprimentava minha mãe:
-“Sápêrê, Dona!”
Minha mãe respondia:
-“Olá”
Ela agachava no chão
Destapava a quinda
E por sob as folhas frescas de mamoeiro
Mostrava papaias e pitangas saborosas
Às vezes trazia fruta-pinha e sápe-sápe
Era sempre o mesmo diálogo
Minha mãe:”Chingamin?”
Zenza Niala no chão sorria
Mostrava os dentes de marfim
E respondia
-“Meia-cinco, sinhóra”
Era no tempo dos tamarindos.
E havia “bigodes” e “bicos-de-lacre”
Cantando nas acácias do quintal.
Depois Zenza Niala ia embora,
As ancas baloiçando
A quinda na cabeça
Era no tempo dos tamarindos
Ernesto Lara Filho
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