sexta-feira, 8 de maio de 2009

A voz do mar


O Artur sentiu sobre a orelha uma coisa muito fria, com um som...
- O que é, mãe?
- Não ouves? Sim, ouvia. Era um som pesado lá ao longe e que depois vinha, vinha e subia, e que depois se tornava mais brandinho, para logo voltar a vir de longe. Parecia música, mas não era bem música. E talvez fosse. Bom, não seria bem música.
- O que é, mãe? - voltou a perguntar.
- Que barulho é este?
- É o mar... É a voz do mar...
- A voz do mar?!
- O mar fica longe, mas a voz meteu-se aí dentro. Isto é um búzio.
- E onde nascem os búzios?
- No mar.
- Então é por isso que se ouve...
- Pois é. As ondas fazem um barulho assim quando se ouvem ao longe. E a gente está longe. Não ouves a voz que lá vem?
- Oiço.
- E depois quebra-se assim como as ondas na areia.…De repente, fechou os olhos e juntou as duas mãos sobre o búzio, apertando-o contra o ouvido.
- Agora deve ser um navio que lá vem. É mesmo, é, é um navio...A mãe aproximou o ouvido, desviando o lenço.
- Não ouves? Não, a mãe não ouvia. Mas o importante para ele era ter o mar apertado entre as mãos. Lá vinha uma onda... e outra.

Alves Redol, Histórias

Reflecte...




Não tomes jamais a peito
o que te poderia prejudicar
e reflecte antes de agir.

Pitágoras

ao amanhecer...



A poesia é o perfume da literatura.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

as árvores são...


todas as árvores são
aquelas mesmas árvores que eu vi?
e o céu
é sempre o mesmo céu?
e a terra em que me deito
é sempre a mesma terra
quer eu diga que vivo
ou que morri?

Yvette Centeno

Sabedoria popular

Arde o fogo segundo a lenha do bosque!
mc

História de Portugal IV



Quarta Dinastia - Bragança ou Brigantina

22.º (21.º) Dom João IV "O Restaurador" (r. 1640 - 1656)
23.º (22.º) Dom Afonso VI "O Vitorioso" (r. 1656 - 1675)
24.º (23.º) Dom Pedro II "O Pacifico" (regente, 1668 - 1675; rei, 1675 - 1706)
25.º (24.º) Dom João V "O Magnânimo" (r. 1707 - 1750)
26.º (25.º) Dom José "O Reformador" (r. 1750 - 1777)
27.º (26.º) Dona Maria I "A Piedosa" (r. 1777 - 1816), com Pedro III como consorte (1777 - 1787)
28.º (27.º) Dom João VI "O Clemente" (procurador do Reino em nome de sua mãe, 1792 - 1799; regente, 1799 - 1816; rei, 1816 - 1826)
29.º (28.º) Dom Pedro IV "O Rei Soldado" (r. 1826), também Pedro I, Imperador do Brasil
30.º (29.º) Dona Maria II "A Educadora" (r. 1826 - 1828 e 1834 - 1853) com Dom Fernando II como consorte (1837 - 1853)
31.º (30.º) Dom Miguel "O Absoluto" (r. 1828 - 1834)

Somos como árvores


Somos como árvores
só quando o desejo é morto.
Só então nos lembramos
que dezembro traz em si a primavera.
Só então, belos e despidos,
ficamos longamente à sua espera.

Eugénio de Andrade

Fascination

Pequena folha


Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi; não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

ao acordar...


Eu sei que vou te amar

Eu sei que vou te amar
Por toda minha vida eu vou te amar
Em cada despedida eu vou te amar
Desesperadamente eu vou te amar
E cada verso meu será pra te dizer
Que eu sei que vou te amar

por toda minha vida
Eu sei que vou chorar
A cada ausência tua vou chorar
Mas cada volta tua há-de apagar
O que essa ausência tua me causou
Eu sei que vou sofrer
A eterna desventura de viver
À espera de viver ao teu lado
Por toda a minha vida

Vinicius de Moraes eTom Jobim

Momento sublime



Se ficar muito quieta, ouço bater um coração.
É o meu.
Só que não bate dentro de mim.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

A uma árvore


De dia, entre os veludos e entre as sedas,
Murmurando palavras aflitivas,
Vagueia nas umbrosas alamedas
E acarinha, de leve, as sensitivas.

Fosse eu aquelas árvores frondosas,
E prendera-lhe as roupas vaporosas!

Cesário Verde

Aubrey


Lost and all alone
I always thought that I could make it on my own
Since you left I hardly make it through the day
My tears get in the way
And I need you back to stay

I wander through the night
And search the world to find
the words to make it right
All I want is just the way it used to be
With you here close to me
I've got to make you see

That I'm lost without your love
Life without you isn't worth the trouble of
I'm as helpless as a ship without a wheel
A touch without a feel
I can't believe it's real...

And someday soon I'll wake
And find my heart won't have to break

Yes I'm lost without your love
Life without you isn't worth the trouble of
All I want is just the way it used to be
I need you here with me
Oh darlin' can't you see...
If we had love before
We can have it back once more



Bodas de casamento

Em Portugal, após a comemoração da data da cerimónia que anuncia o casamento - “o dia do casamento”, contamos com as bodas de Prata e com as Bodas de Ouro, para podermos comemorar algo de diferente. Achei curioso o carvalho estar no topo mais valioso da lista.
Mas parece que um pouco por todo o mundo existe um motivo, ano após ano, para comemorar... todos os anos se encontra um tema, um nome, um motivo...
Então vejamos...

01 ano - Bodas de Algodão
02 anos - Bodas de Papel
03 anos - Bodas de Trigo
04 anos - Bodas de Cera
05 anos - Bodas de Madeira
06 anos - Bodas de Perfume
07 anos - Bodas de Lã
08 anos - Bodas de Cobre
09 anos - Bodas de Cerâmica
10 anos - Bodas de Estanho
11 anos - Bodas de Aço
12 anos - Bodas de Seda
13 anos - Bodas de Linho
14 anos - Bodas de Marfim
15 anos - Bodas de Cristal
16 anos - Bodas de Safira
17 anos - Bodas de Rosa
18 anos - Bodas de Turquesa
19 anos - Bodas de Cretone
20 anos - Bodas de Porcelana
25 anos - Bodas de Prata
30 anos - Bodas de Pérola
35 anos - Bodas de Coral
40 anos - Bodas de Rubi
45 anos - Bodas de Platina
50 anos - Bodas de Ouro
60 anos - Bodas de Diamante
70 anos - Bodas de Cobre
75 anos - Bodas de Brilhante
80 anos - Bodas de Carvalho

Preciso de silêncio


Preciso de silêncio.
Como você que lê com o pensamento, não em voz alta, o som de minha própria voz agora seria barulho; não palavras, mas só barulho perturbador que me distrai do pensar.
Preciso de silêncio.
Saio pelas ruas e as mesmas pessoas que conhecem o meu repertório desorientados pelo meu rápido bom dia, talvez, pensam que eu estou com pressa.
No entanto eu só preciso de silêncio.
Tanto falei, falei muito; chegou o tempo de calar para apanhar os pensamentos felizes, tristes, doces, amargos, têm tantos desses dentro de cada de nós.
Os verdadeiros amigos, poucos, apenas um? sabem como também escutar o silêncio, sabem esperar, entender.
Quem de mim ouviu tantas palavras e não quer mais ouvir, tem necessidade como eu de silêncio.

Giovanna Amenta

terça-feira, 5 de maio de 2009

...compartilhar contigo



Não posso dar-te soluções
para todos os problemas da vida,
nem tenho resposta
para as tuas dúvidas e temores,
mas posso escutar-te
e compartilhar contigo.

...ao amanhecer

flores, perfume, luz ...sol, um perfeito amanhecer.


Rosas II


(...)
Foi por ti que criei as rosas.
Foi por ti que lhes dei perfume.
Para ti rasguei ribeiros
e dei às romãs a cor do lume.
Eugénio de Andrade

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Sabedoria popular

Uma boa abelha não pousa em flores murchas!
mc

Uma família linda III



Gerânios da Madeira

Ontem e hoje

século XX
século XXI
Costa Nova do Prado

Zambesi




Aquela janela virada a norte...



fechada ao amor...

domingo, 3 de maio de 2009

Água




Este vídeo está impecável, publicidade à parte.
Parabéns a todos.

Olhares ao fim do dia

...a ria como espelho

Para todads as mães


Elas brigam por aquilo em que acreditam
Elas levantam-se para a injustiça
Elas não levam um não como resposta
Quando acreditam que existe melhor solução


Pablo Neruda

Como uma flor vermelha


À sua passagem a noite é vermelha,
E a vida que temos parece
Exausta, inútil, alheia.

Ninguém sabe onde vai nem donde vem,
Mas o eco dos seus passos
Enche o ar de caminhos e de espaços
E acorda as ruas mortas.

Então o mistério das coisas estremece
E o desconhecido cresce
Como uma flor vermelha.


Sophia de Mello Breyner Andresen

Sabedoria popular

Nem por muito madrugar amanhece mais cedo.

mc

sábado, 2 de maio de 2009

Canção da semana


There are places I remember all my life,
Though some have changed,
Some forever, not for better,
Some have gone and some remain.

All these places had their moments
With lovers and friends I still can recall.
Some are dead and some are living.
In my life I've loved them all.

But of all these friends and lovers,
There is no one compares with you,
And these memories lose their meaning
When I think of love as something new.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.

Though I know I'll never lose affection
For people and things that went before,
I know I'll often stop and think about them,
In my life I'll love you more.
In my life I'll love you more.



Passeando pelo jardim

Brunfelsia Uniflora, também conhecida por Romeu e Julieta

Música para o fim de semana

Sabedoria popular

Na adversidade é que se prova a amizade.
mc

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Uma família linda II

Gerânios

ao amanhecer...

Confiança...num jardim público à beira ria

First of May

O tempo de Maio


Maio é o tempo da perfeita harmonia.
Trajado de negro, mal rompe a luz
O melro canta uma canção de clara alegria.
Nos campos se abraçam as flores e as cores.

O cuco saúda o verão majestoso com galhardia.
Passou o tempo dos dias ruins, a brisa é doçura.
No bosque as árvores de folhas se vestem
E se foram nuas agora são sebe de verde espessura.

O verão vem chegando e corre sem pressa a água no rio.
Manadas ligeiras nas águas mansas a sede saciam.
Na encosta dos montes se espalha o azul do cabelo da urze.
E frágil e branca se abre a flor do linho silvestre.

A pequena abelha, de fraco poder, carrega em seus pés
Rica colheita oculta em flores. O gado pasta na erva tenra
Dos verdes prados. Na sua tarefa não há fadiga
A formiga vai e depois vem para logo ir e nunca parar.

Nos bosques a harpa tange melodias, música de paz
Que acalma a tormenta que o lago agitara.
E o barco balouça de velas dormidas
Envolto na bruma da cor das flores do tempo de Maio.

Na seara escondida, e de sol a sol, solta a codorniz
Um canto de energia, como um bardo real.
Esguia e delgada, muito branca e pura, saúda a cascata,
Em murmúrio de prata, a calma serena do arroio que a bebe.

Ligeira e veloz, no céu a andorinha é um dardo negro.
Há música que paira na encosta e no vale, nos montes em volta, a cintilar.
Os frutos do verão já se anunciam em gomo formosos.
Cantam as aves na ramaria e no rio os peixes pulam e saltam.

O vigor dos homens de novo renasce e ao longe a montanha
Mostra sem medo sua glória, altiva e sem mácula.
Da crista ao chão, as árvores do bosque são uma festa
De verde e de folhas; e a planura é um lavor de cores e flores.

Os dias de Maio são de alegria e de esplendor,
Quando as donzelas sorriem de orgulho pela sua beleza
E jovens guerreiros se mostram muito hábeis, ágeis e esbeltos.
Os dias de Maio o verão anunciam, o tempo é de paz.

E no céu azul há uma criatura que é ave inocente.
Pequena e frágil, de límpida voz de água clara,
Canta a cotovia maravilhas e contos, em que apenas diz
Que a perfeita harmonia é o tempo de Maio.

Cultura Celta

Maio