sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Salinas


Retiraram-nos estas belas paisagens.
É assim o progresso

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

I´m sorry




Mar


Ai mar… grande mar,
que levas os meus sonhos a boiar
nas tuas águas.

Vai
Vai contar às praias,
que ficam além de ti , ó mar,
que chorei sozinha as lágrimas
com que me viste chorar.

Meus cílios estão salgados do teu sal,
meus vestidos corados de algas
que ainda me destes.
Só meu coração não foi contigo, mar
e ficou a soluçar…
Apenas as praias que ficam
respondem pelo mar
que a nossa terra traz,
que o meu desejo
nenhum é…

Ai mar, grande mar
para que me trouxeste
e me hás-de levar.
Um dia
irás contar a minha nostalgia
às praias da minha terra, onde nasci…

Alda Lara

Sabedoria popular

Lua à tardinha com seu anel,

Dá chuva à noite ou vento a granel.

mc

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

My prayer



My Prayer - Platters
When the twilight is gone and no songbirds are singing
When the twilight is gone you come into my heart
And here in my heart you will stay while I pray


My prayer is to linger with you
At the end of the day in a dream that's divine
My prayer is a rapture in bloom
With the world far away and your lips close to mine


Tonight while our hearts are aglow
Oh tell me the words that I'm longing to know
My prayer and the answer you give
May they still be the same for as long as we live
That you'll always be there at the end of my prayer

Janela-I


Desvia teu olhar das coisas tristes e infelizes, transforma em oásis toda a aridez que aparecer, joga venturas e aventuras em abundância, através da tua janela...

Liberdade


Aqui nesta praia onde

Não há nenhum vestígio de impureza,

Aqui onde há somente

Ondas tombando ininterruptamente,

Puro espaço e lúcida unidade,

Aqui o tempo apaixonadamente

Encontra a própria liberdade.



Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Era no tempo dos tamarindos




Meu pai sempre me acordava pela manhã
E ia cantando para o quintal
Enquanto fazia a barba
Debaixo do caramanchão
Da buganvília cor-de-violeta.

Era no tempo dos tamarindos
Zenza Niala vinha entrando na cancela
À cabeça a quinda carregadinha de fruta
Sempre cumprimentava minha mãe:
-“Sápêrê, Dona!”
Minha mãe respondia:
-“Olá”
Ela agachava no chão
Destapava a quinda
E por sob as folhas frescas de mamoeiro
Mostrava papaias e pitangas saborosas

Às vezes trazia fruta-pinha e sápe-sápe

Era sempre o mesmo diálogo
Minha mãe:”Chingamin?”
Zenza Niala no chão sorria
Mostrava os dentes de marfim
E respondia
-“Meia-cinco, sinhóra”

Era no tempo dos tamarindos.

E havia “bigodes” e “bicos-de-lacre”
Cantando nas acácias do quintal.

Depois Zenza Niala ia embora,
As ancas baloiçando
A quinda na cabeça

Era no tempo dos tamarindos

Ernesto Lara Filho

A voz do povo

"Não diga tudo quanto sabes
não faças tudo quanto podes
não creias em tudo quanto ouves
não gastes tudo quanto tens

porque
quem diz tudo quanto sabe
quem faz tudo quanto pode
quem crê em tudo quanto ouve
quem gasta tudo quanto tem

muitas vezes
diz o que não convém
faz o que não deve
julga o que não vê
gasta o que não pode"

Início



O mar começa onde as crianças crencem
mas tenho ainda de procurar a pedra
próxima do silêncio onde dormir.

Eugénio de Andrade

Brook Benton


O diário da nossa paixão


“Ao jovens activos e impacientes, têm sempre que quebrar o silêncio. É um desperdício, porque o silêncio é puro. O silêncio é segredo. Une as pessoas porque só os que se dão bem uns com os outros se podem sentar juntos sem falar. É este o grande paradoxo.”

“ Os poetas muitas vezes descrevem o amor como uma emoção que não podemos controlar, uma emoção que abafa a lógica e o senso comum.
Eu não planeei apaixonar-me por ti, e duvido que tenhas planeado apaixonares-te por mim.
Mas uma vez que nos encontrámos, ficou claro que nenhum de nós podia controlar o que nos estava a acontecer. Ficamos apaixonados, apesar das nossas diferenças, e assim que o ficámos, algo de raro e maravilhoso foi criado. Para mim, um amor como aquele acontece apenas uma vez, e é por isso que cada minuto que passámos juntos ficou gravado na minha memória.”

in ”O diário da nossa paixão” de Nicholas Sparcks

Voz do povo

Há mar e mar, há ir e voltar
mc

domingo, 11 de janeiro de 2009

Poetas andaluces

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Rio das flores


Sevilha, 1915 - Vale do Paraíba, 1945: trinta anos da história do século XX correm ao longo das páginas deste romance, com cenário no Alentejo, Espanha e Brasil. Através da saga dos Ribera Flores, proprietários rurais alentejanos, somos transportados para os anos tumultuosos da primeira metade de um século marcado por ditaduras e confrontos sangrentos, onde o caminho que conduz à liberdade parece demasiado estreito e o preço a pagar demasiado alto. Entre o amor comum à terra que os viu nascer e o apelo pelo novo e desconhecido, entre os amores e desamores de uma vida e o confronto de ideias que os separam, dois irmãos seguem percursos diferentes, cada um deles buscando à sua maneira o lugar da coerência e da felicidade.
Rio das Flores resulta de um minucioso e exaustivo trabalho de pesquisa histórica, que serve de pano de fundo a um enredo de amores, paixões, apego à terra e às suas tradições e, simultaneamente, à vontade de mudar a ordem estabelecida das coisas. Três gerações sucedem-se na mesma casa de família, tentando manter imutável o que a terra uniu, no meio da turbulência causada por décadas de paixões e ódios como o mundo nunca havia visto. No final sobrevivem os que não se desviaram do seu caminho.


(Fonte:bertrand)


N.B:Li e gostei.Esta escritor habituou-nos a livros de excelente conteúdo.

É muito interessante esta mistura de romance ficcionado com factos verídicos da nossa história recente e da outra chamada universal.

Súplica


Agora que o silêncio é um mar sem ondas
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

A vida num sopro

Portugal, anos 30.
Salazar acabou de ascender ao poder e, com mão de ferro, vai impondo a ordem no país. Portugal muda de vida.As contas públicas são equilibradas, Beatriz Costa anima o Parque Mayer, a PVDE cala a oposição.
Luís é um estudante idealista que se cruza no liceu de Bragança com os olhos cor de mel de Amélia. O amor entre os dois jovens vai, porém, ser duramente posto à prova por três acontecimentos que os ultrapassam: a oposição da mãe da rapariga, um assassinato inesperado e a guerra civil de Espanha.
Através da história de uma paixão que desafia os valores tradicionais do Portugal conservador, este fascinante romance transporta-nos ao fogo dos anos em que se forjou o Estado Novo.
Com A Vida Num Sopro, José Rodrigues dos Santos confirma a sua mestria e o lugar que já ocupa nas letras portuguesas

Sabedoria popular

Água mole em pedra dura tanto bate até que fura
mc

sábado, 10 de janeiro de 2009

Música para o fim de semana



A farra hoje é na garagem da Candinha.

Veinte anos




Veinte anos de estar juntos,
esta tarde se han cumplido,
para ti flores, perfumes
para mi...!Algunos libros!

No te he dicho grandes cosas
porque no me habrian salido,
! ya sabes cosas de viejos!
!Requemor de no haber sido!

Hace tiempo que intentamos
bonar nuestro Destino,
Tú bajabas la persiana.
Yo apuraba mi ultimo vino.

Hoy
En esta noche fría
casi como ignorando el sabor
de soledad compartida,
quise hacerte una canción,
para cantar despacito,
como se duerme a los ninos.
Y ya ves solo palabras,
sobre notas me han salido.

Que al igual que tú y que yo,
se soportan amistosas,
ni se importan ni se estorban,
mas non son una canción.

...Qué helaba está esta casa.
...Será que está cerca del Rio.
...O es que entramos en invierno.
...Y están llegando...
...Están llegando los fríos.
É impossível não gostar desta "canção".
Nunca me cansarei de a ouvir

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

The Manhattans

Orgão do mar--Zadar

Orgão do Mar-na cidade de Zadar, Croácia

Situado na costa de Zadar uma cidade da Croácia,
encontramos o Orgão do Mar, degraus cravados em rochas
que têm em seu interior um interessante sistema de tubulações que,
quando empurradas pelos movimentos do mar, forçam o ar e,
dependendo do tamanho e velocidade da onda, criam notas musicais,
sons aleatórios.
Criado em 2005 e ganhou o prémio europeu para espaços públicos
(European Prize for Urban Public Space), o Orgão do Mar
recebe turistas de várias partes do mundo que
vêm escutar uma música original que traz muita paz.
O lugar também é conhecido por oferecer um belo pôr-do-sol,
o que agrada ainda mais as pessoas que visitam a localidade.
Zadar é uma bela cidade litorânea da Croácia
e foi duramente castigada durante a 2ª Guerra Mundial.
A criação do Orgão é também uma iniciativa para devolver
um pouco do que o lugar perdeu com tanta destruição e sofrimento.
Veja a estrutura interna das "escadas".
O detalhe das cordas e notas musicais
que somadas a energia das ondas criam sons.
As lacunas no concreto servem para o Orgão "respirar"
e também para levar os sons criados nas tubulações.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Sabedoria popular



Trovoada em Janeiro,

nem bom prado nem bom palheiro


mc

Medo


E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
tememos.

Carlos Drummond de Andrade

Navio naufragado

Tela de John William Waterhouse

Vinha de um mundo
Sonoro, nítido e denso.
E agora o mar o guarda no seu fundo
Silencioso e suspenso.

É um esqueleto branco o capitão,
Branco como as areias,
Tem duas conchas na mão
Tem algas em vez de veias
E uma medusa em vez de coração.

Em seu redor as grutas de mil cores
Tomam formas incertas quase ausentes
E a cor das águas toma a cor das flores
E os animais são mudos, transparentes.

E os corpos espalhados nas areias
Tremem à passagem das sereias,
As sereias leves dos cabelos roxos
Que têm olhos vagos e ausentes
E verdes como os olhos de videntes.

Sophia de Mello Breyner Andresen

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Just a matter of time

Olhando o mar


Sempre que fito o mar
tenho a ilusão de achar-me diante
de um silêncio amplo, ondulante,
de um silêncio profundo,
onde vozes lutassem por gritar,
por lhe fugirem do invisível fundo.

Diante do mar eu fico triste,
nessa mudez de quem assiste
reproduções do próprio dissabor;
diante do mar eu sou um mar,
a outro de apor
e a se indeterminar.

O mar é sempre monotonia,
na calmaria
ou na tempestade.
Fujo de ti, ó mar que estrondas!
porque a tristeza que me invade
tem a continuidade
das tuas ondas...

Mas te amo, ó mar, porque minha alma e a tua
são bem iguais: ambas profundamente
sensíveis, e amplas, e espelhantes;
nelas o ambiente
actua
apenas superficialmente...

Calma de cismas, de êxtases, de sonhos,
desesperos medonhos,
ânsias de azul, de alturas...
- Longos ou rápidos instantes
em que me transfiguro, em que te transfiguras...
Nos nossos sentimentos sem represa,
nas nossas almas, quanta afinidade!
- Tu sentindo por toda a natureza!
- Eu sentindo por toda a humanidade!

Nos dias muito azuis, o meu olhar,
atento,
a descer e a se elevar,
supõe o mar um espreguiçamento
do céu e o céu um êxtase do mar.

Há nos ritmos da água
marinha uma poesia, a mais completa,
essa poesia universal da mágoa.

O mar é um cérebro em laboração,
um cérebro de poeta;
nas suas ondas, vêm e vão
pensamentos, de roldão.

O mar,
imperturbavelmente, a rolar, a rolar...
O mar... - Concluo sempre que metido
em sua profundeza e em sua vastidão:

- o mar é o corpo, é a objectivação
do espaço, do infinito.

Gilka Machado

(poetisa brasileira)

Voz do povo

Quem vai ao mar avia-se em terra.
mc

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Palheiros

Será este o mais pequeno?
É um regalo para os olhos.

O que é o mar?


Tu perguntas, e eu não sei
eu também não sei o que é o mar

Mar

De todos os cantos do mundo
Amo com um amor mais forte e mais profundo
Aquela praia extasiada e nua
Onde me uni ao mar, ao vento e à lua.

Sophia Mello Breyner Andresen

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Voz do povo

Depois da tempestade vem a bonança
mc

domingo, 4 de janeiro de 2009

Branquinhas

Flores brancas, belíssimas, solitárias que combinam com esta estação do ano.
Muitas delas exalam o perfume dos Deuses.

sábado, 3 de janeiro de 2009

sábado, 22 de novembro de 2008

Otis Redding


Pintura-Oziri Guo Ping


terça-feira, 4 de novembro de 2008

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Quem me dera ser onda


…“Olho o mar – e estou sozinho. De novo assim. Este mar que não lembra o meu, nem pelas cores nem pelo rebordo das pedras, nem mesmo pelo vento exacerbado. Vai cada um viajando de retorno a casa e ficam-me nos dedos, além das pedras que não trago para casa, o sal agressivo da saudade. Uma nota melódica, como que emitida por um pássaro gritante, ecoa no meu ouvido de escrever e, para dizer a verdade com alguma simplicidade, tenho saudades das vozes e das palavras dos amigos. Quero o calor das suas histórias, a imperfeição dos erros nos respingos salgados da húmida maresia. Sim, levarei dias a refazer a geografia dos afectos, a reaprender fronteiras, do meu português atoado até ao meu espanhol assumidamente circense.
O mar tão perto – tão abrangente, tão aquintalado de sotaques e de jeitos culturais de fazer ternura colectiva. E se todas as fronteiras de arames farpados fossem apenas um sonho mau e simples de ser rasgado com a força da palavra liberdade dita num poema sentido pela espontânea maneira de gritarmos vontades genuínas?
Outrora eu serei de muitos lugares. Por agora peço ao Ruca para repetir a frase do Beto:quem me dera ser onda!”


Ondjaki

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Silêncio


Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
e que nele posso navegar sem rumo,
não respondas
às urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz
assim,
já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.

Só soubemos sofrer enquanto
o nosso amor
durou.
Mas o tempo passou,
há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água salgada...

Miguel Torga

Entardecer no Jardim Oudinot



quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Voz do povo


Quem semeia ventos,colhe tempestades.
mc

terça-feira, 14 de outubro de 2008

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A saída dos veleiros

Cuauhtémoc-México

Foi pena aquele incomodativo nevoeiro que teimou em estragar a festa da despedida.

Mesmo assim,as pessoas não arredaram pé.Foi muito caloroso o carinho que demonstraram pelas tripulações, à passagem dos veleiros.