quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Natal Africano

Não há pinheiros nem há neve,

Nada do que é convencional,

Nada daquilo que se escreve

Ou que se diz...

Mas é Natal.

Que ar abafado! A chuva banha

A terra, morna e vertical,

Plantas da flora mais estranha,

Aves da fauna tropical.
 

Nem luz, nem cores, nem lembranças

Da hora única e imortal.

Somente o riso das crianças

Que em toda a parte é sempre igual.

 

Não há pastores nem ovelhas,

Nada do que é tradicional.

As orações, porém são velhas

E a noite é Noite de Natal.

Cabral do Nascimento

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