terça-feira, 30 de junho de 2009

O ar (O vento)


Estou vivo mas não tenho corpo
Por isso é que não tenho forma
Peso eu também não tenho
Não tenho cor

Quando sou fraco
Me chamo brisa

E se assobio
Isso é comum

Quando sou forte
Me chamo vento

Quando sou cheiro
Me chamo pum!

Vinicius de Moraes

sábado, 27 de junho de 2009

Música para o fim de semana

Às vezes julgo ver ...


Às vezes julgo ver nos meus olhos
A promessa de outros seres
Que eu podia ter sido,
Se a vida tivesse sido outra.

Mas dessa fabulosa descoberta
Só me vem o terror e a mágoa
De me sentir sem forma, vaga e incerta
Como a água.

Sophia de Mello Breyner Andresen

LILÁS


sexta-feira, 26 de junho de 2009

Os olhos também comem!


Hoje recebi um ficheiro com a apresentação de pratos de salgadinhos e doces, por sinal muito originais.
Não resisti mostrá-los e convidar-vos para regalarem os olhos com tanta criatividade.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

All I ask of you

Um passeio pelo campo


Phytolacca americana L.conhecida vulgarmente por Tintureira, Baga Moira ou Vinagreira.

Janelas abertas



Sim
Eu poderia fugir, meu amor
Eu poderia partir
Sem dizer pra onde vou
Nem se devo voltar

Sim
Eu poderia morrer de dor
Eu poderia morrer
E me serenizar

Ah
Eu poderia ficar sempre assim
Como uma casa sombria
Uma casa vazia
Sem luz nem calor

Mas
Quero as janelas abrir
Para que o sol possa vir iluminar nosso amor

Vinicius de Moraes

quarta-feira, 24 de junho de 2009

Luzerna da praia


Medicago marina

Sabedoria popular

A verdadeira afeição, na longa ausência se prova .
mc

Dia de S.João




No dia de S. João
Há fogueiras e folias.
Gozam uns e outros não,
Tal qual como os outros dias.

Fernando Pessoa

terça-feira, 23 de junho de 2009

Telepatia



Canção intemporal, muito doce, muito melodiosa.

de noite anoiteço


De manhã escureço
De dia tardo
De noite anoiteço
De noite ardo.

Vinicius de Moraes

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sabedoria popular

Se o Verão não produzir nada,
também nada haverá no Outono.
mc

domingo, 21 de junho de 2009

Glicínias vermelhas



Sesbania-pucicea, vulgarmente conhecida por
glicínia vermelha


Calor de Verão


Deixo um sorriso com cores de Verão...

Dia europeu da música

Manhã serena de domingo...


Esta manhã, quando acordei, e a tua imagem
se atravessou à minha frente, ainda olhei pela
janela, não fosse ter nascido da luz que entrava.
Depois, pensei que podia ter sido um pedaço de
sonho que se partiu durante a noite, quando
o atirei para o chão. Mas não vi
nada, à minha volta, como se uma imagem pudesse
ter desaparecido de um momento para o outro,
ou a noite nunca tivesse existido. Saí
de casa, atravessei a rua até ao café e, enquanto
o bebia, fechei os olhos. E a imagem voltou,
tão real que, quando olhei de novo para a frente,
a mesa vazia transformara-se num sofá onde
estavas estendida, em repouso, como se o dia todo
tivesse passado por ti, e a noite te envolvesse
com o seu peso branco.

Nuno Júdice

Hoje chegou o Verão.


O Solstício de Verão aconteceu às 5h e 54min.
A palavra solstício deriva do latim solstitìu, que significa paragem do Sol. Mas será que o Sol vai mesmo parar no dia 21 de Junho? Não!
Ao observar o movimento aparente do Sol à volta da Terra durante as semanas que antecedem o solstício, é possível constatar a sua passagem por uma linha imaginária (elíptica), que em cada dia é mais elevada no céu. No dia do solstício, o Sol executa o percurso que atinge a altura máxima. Como consequência desse facto, temos o dia maior do ano e, obviamente a noite mais pequena, data a partir da qual começa o Verão. Após atingir o percurso correspondente à altura máxima, o Sol passa a descrever percursos com alturas menores nos dias que se seguem, explicando a origem da palavra “solstício” (paragem do Sol).
Assim, o hemisfério Norte recebe os raios solares mais na vertical quando o Sol atinge a sua altura máxima, o que justifica o aumento de temperatura neste hemisfério e o seu decréscimo no hemisfério Sul.
O solstício acontece devido à combinação do movimento de translação (movimento da Terra em torno do Sol), do movimento de rotação (movimento da Terra em torno de si própria) e da inclinação do eixo terrestre.
As linhas imaginárias de altura máxima e mínima determinam os Trópicos de Câncer e de Capricórnio, respectivamente.
Nas linhas destes trópicos, os solstícios de Verão respectivos a cada hemisfério da Terra, coincidem com o único dia do ano em que os raios solares incidem verticalmente nesse sítio.

Fonte: Centro de Ciência Viva da U.A.

sábado, 20 de junho de 2009

Música para o fim de semana



Para acompanhar com tudo o que der na gana:panelas, tampas de tacho, tampo das mesas da esplanada, pés, canadianas, enfim... a imaginação para pôr à prova.

Bom fim de semana


É preciso muito pouco para provocar um sorriso

e basta um sorriso para tudo se tornar possível.


G. Cesbron

Escolha


"Se um dia você tiver que escolher entre o mundo e o amor...
lembre-se:
Se escolher o mundo, ficará sem o amor mas,

se escolher o amor, com ele conquistará o mundo!“


Albert Einstein

Canção da semana



Tem dor de dente, dor-de-cotovelo
Tem dor em tudo que é lugar
Dor de barriga, asia, queimação
Tem a dor-de-facão
Mais conhecida por “de veado”
Calo, nó, tostão ou dor muscular
E bico-de-papagaio
Dor de cabeça, sinusite, febre
Cólica, enxaqueca, mas vai melhorar, porque
Pra toda dor existe um bom remédio
Toma, deita, espera, tenta esquecer

Mas na verdade tenho que dizer
Tem uma dor tão vil
Que dói só de pensar
Você não sabe amigo o que é levar
Um Benzetacil naquele lugar
Ai, ai, aiÂ…

Esparadrapo, calminex, gelo
Boldo, sal de frutas, cafuné de mãe, não tem
Nenhum remédio pra essa dor maldita
Vira, abaixa as calça, entrega a Deus e amém

sexta-feira, 19 de junho de 2009

As mãos e os frutos


Em cada fruto a morte amadurece,
deixando inteira, por legado,
uma semente virgem que estremece
logo que o vento a tenha desnudado.

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 18 de junho de 2009

...viver é uma arte


'Saber viver sem ser reconhecido é uma arte.'

Falo da natureza


Falo da natureza.
E nas minhas palavras vou sentindo
A dureza das pedras,
A frescura das fontes,
O perfume das flores.
Digo, e tenho na voz
O mistério das coisas nomeadas.
Nem preciso de as ver.
Tanto as olhei,
Interroguei,
Analisei
E referi, outrora,
Que nos próprios sinais com que as marquei
As reconheço, agora.

Miguel Torga

para reflectir...


"Quando nos calamos, nem sempre quer dizer
que concordamos com o que ouvimos ou lemos,
mas estamos dando a outrem a oportunidade de pensar,
reflectir, saber o que falou ou escreveu!!!
"


(Carlos Drummond de Andrade)

quarta-feira, 17 de junho de 2009

You´ve got a friend

sem receio...




“Não receies avançar devagar, receia apenas ficar parado.”

Sabedoria popular

Junho calmoso, ano formoso.
mc

...no campo

Tela de José Neto
«A ribeira corre lá abaixo beijando os pés às casinhas brancas, humildes e pobres, espreguiçando-se ao sol... e àquele sussurro de água, têm maior amplidão os nossos sonhos e mais altas aspirações as nossas almas. As lavadeiras batem as roupas, as flores de eloendro caem com murmúrios abafados na água muito azul, e não sei se serão mais cor-de-rosa as suas pétalas se certas mãos delicadas que, dentro da água, torcendo o linho branco, fazem também lembrar pétalas suavíssimas de alguma grande flor desfolhada.»

Florbela Espanca

Ai se sesse...



Vídeo delicioso, brincalhão e malandreco.
Uma delícia.

passeando pelo campo



...lugar fresco para um dia de calor

terça-feira, 16 de junho de 2009

quem me mandou a mim querer perceber?


Tela de Van Gogh

Como quem num dia de Verão abre a porta de casa
E espreita para o calor dos campos com a cara toda,
Às vezes, de repente, bate-me a Natureza de chapa
Na cara dos meus sentidos,
E eu fico confuso, perturbado, querendo perceber
Não sei bem como nem o quê...
Mas quem me mandou a mim querer perceber?
Quem me disse que havia que perceber?
Quando o Verão me passa pela cara
A mão leve e quente da sua brisa,
Só tenho que sentir agrado porque é brisa
Ou que sentir desagrado porque é quente,
E de qualquer maneira que eu o sinta,
Assim, porque assim o sinto, é que é meu dever senti-lo...

Alberto Caeiro

...pela manhã


hoje senti necessidade de voltar novamente aqui...

segunda-feira, 15 de junho de 2009

...e os nomes das árvores


E estas, como se chamam?

«E o que esse Príncipe, nesta tarde, me esfalfou! Farejava, com uma curiosidade insaciável, todos os recantos da serra! Galgava os cabeços correndo, como na esperança de descobrir lá do alto os esplendores nunca contemplados de um mundo inédito. E o seu tormento era não conhecer os nomes das árvo¬res, da mais rasteira planta brotando das fendas de um socalco... Constantemente me folheava como a um Dicionário Botânico.
- Fiz toda a sorte de cursos, passei pelos professores mais ilustres da Europa, tenho trinta mil volumes, e não sei se aquele senhor além é um amieiro ou um sobreiro...
-É um azinheiro, Jacinto.
Já a tarde caía quando recolhemos muito lentamente.
E toda essa adorável paz do céu, realmente celestial, e dos campos, onde cada folhinha conservava uma quietação contemplativa, na luz docemente desmaiada, pousando sobre as coisas com um liso e leve afago, penetrava tão profundamente Jacinto, que eu o senti, no silêncio em que caíramos, suspirar de puro alívio.
-Tu dizes que na Natureza não há pensamento...
-Outra vez! Olha que maçada! Eu...»

Eça de Queiroz
(A Cidade e as Serras)

Noite de luar

Quem já viu a luz da lua
jamais se contentará
apenas
com o brilho
de uma pequena estrela.

domingo, 14 de junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Sabedoria popular

Junho abafadiço, sai a abelha do cortiço.
mc

...as flores falam.


(...)

Quando as palavras fogem...

as flores falam.


B. Currie

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Sabedoria popular

A verdadeira afeição, na longa ausência se prova .
mc

quinta-feira, 11 de junho de 2009

como é que faria o seu mel?


«Uma abelha, dessas que dizem ser italianas, entrou pela janela, obstinou-se em escolher-me, pousa-me no ombro, descansa de seus trabalhos. Lisonjeado com aquela preferência, comecei a amá-la devagar, retendo a respiração, com receio de que não tardasse a dar pelo seu engano, que cedo viesse a descobrir que não era eu a haste de onde se avistam as dunas. Mas o seu olhar tranquilizava, era calma ondulação de trigo. Agora só uma interrogação perturbava a minha alegria - comigo, como é que faria o seu mel

Eugénio de Andrade

Jealous guy




I was dreaming of the past and my heart was beating fast
I began to loose control
I began to loose control
I didn't mean to hurt you
I'm sorry that I made you cry
I didn't mean to hurt you
I'm just a jealous guy
I was feeling insecure you might not love me anymore
I was shiverin' inside
I was shiverin' inside
I didn't mean to hurt you
I'm sorry that I made you cry
I didn't want to hurt you
I'm just a jealous guy


I was tryin to catch your eye
I thought you was tryin' to hide
I was swallowin my pain
I was swallowin my pain
I didn't mean to hurt you
I'm sorry that I made you cry
I didn't mean to hurt you
I'm just a jealous guy

quarta-feira, 10 de junho de 2009

...outros olhares


Memórias escondidas