sábado, 22 de novembro de 2008
terça-feira, 4 de novembro de 2008
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
Quem me dera ser onda
…“Olho o mar – e estou sozinho. De novo assim. Este mar que não lembra o meu, nem pelas cores nem pelo rebordo das pedras, nem mesmo pelo vento exacerbado. Vai cada um viajando de retorno a casa e ficam-me nos dedos, além das pedras que não trago para casa, o sal agressivo da saudade. Uma nota melódica, como que emitida por um pássaro gritante, ecoa no meu ouvido de escrever e, para dizer a verdade com alguma simplicidade, tenho saudades das vozes e das palavras dos amigos. Quero o calor das suas histórias, a imperfeição dos erros nos respingos salgados da húmida maresia. Sim, levarei dias a refazer a geografia dos afectos, a reaprender fronteiras, do meu português atoado até ao meu espanhol assumidamente circense.
O mar tão perto – tão abrangente, tão aquintalado de sotaques e de jeitos culturais de fazer ternura colectiva. E se todas as fronteiras de arames farpados fossem apenas um sonho mau e simples de ser rasgado com a força da palavra liberdade dita num poema sentido pela espontânea maneira de gritarmos vontades genuínas?
Outrora eu serei de muitos lugares. Por agora peço ao Ruca para repetir a frase do Beto:quem me dera ser onda!”
O mar tão perto – tão abrangente, tão aquintalado de sotaques e de jeitos culturais de fazer ternura colectiva. E se todas as fronteiras de arames farpados fossem apenas um sonho mau e simples de ser rasgado com a força da palavra liberdade dita num poema sentido pela espontânea maneira de gritarmos vontades genuínas?
Outrora eu serei de muitos lugares. Por agora peço ao Ruca para repetir a frase do Beto:quem me dera ser onda!”
Ondjaki
sexta-feira, 24 de outubro de 2008
Silêncio
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
e que nele posso navegar sem rumo,
não respondas
às urgentes perguntas
que te fiz.
Deixa-me ser feliz
assim,
já tão longe de ti como de mim.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer enquanto
o nosso amor
durou.
Mas o tempo passou,
há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
matar a sede com água salgada...
Miguel Torga
quarta-feira, 15 de outubro de 2008
terça-feira, 14 de outubro de 2008
terça-feira, 23 de setembro de 2008
O sétimo selo
Um cientista é assassinado na Antárctida e a Interpol contacta Tomás Noronha para decifrar um enigma com mais de mil anos, um segredo bíblico que o criminoso rabiscou numa folha e deixou ao lado do cadáver.
666
O mistério em torno do número da Besta lança Tomás numa aventura de tirar o fôlego, uma busca que o levará a confrontar-se com o momento mais temido por toda a humanidade.
O apocalipse.
De Portugal à Sibéria, da Argentina à Austrália, O Sétimo Selo transporta-nos numa empolgante viagem às maiores ameaças que se erguem à sobrevivência da humanidade.
Baseando-se em informação científica actualizada, José Rodrigues dos Santos volta com este emocionante romance aos grandes temas contemporâneos, numa descoberta que poderá abalara forma como cada um de nós encara o futuro da humanidade e do nosso planeta.
Prepare-se para o choque.
O mistério em torno do número da Besta lança Tomás numa aventura de tirar o fôlego, uma busca que o levará a confrontar-se com o momento mais temido por toda a humanidade.
O apocalipse.
De Portugal à Sibéria, da Argentina à Austrália, O Sétimo Selo transporta-nos numa empolgante viagem às maiores ameaças que se erguem à sobrevivência da humanidade.
Baseando-se em informação científica actualizada, José Rodrigues dos Santos volta com este emocionante romance aos grandes temas contemporâneos, numa descoberta que poderá abalara forma como cada um de nós encara o futuro da humanidade e do nosso planeta.
Prepare-se para o choque.
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José Rodrigues dos Santos,
Livros
Regata dos Grandes Veleiros
A Regata Comemorativa dos 500 anos da cidade do Funchal, juntamente com o Festival do Mar, que engloba os 100 anos da Restauração do Município e os 200 anos da Abertura da Barra , serão os pontos mais altos de um vasto programa de comemorações da mais antiga cidade do Novo Mundo, a ter lugar entre os dias 10 de Setembro a 5 de Outubro de 2008.A frota dos grandes veleiros zarpou no dia 13 de Setembro do porto inglês de Falmouth rumo a Ílhavo onde permaneceu durante 4 dias. A 23 de Setembro partirão para o Funchal, com chegada marcada para o dia 2 de Outubro.
A Sail Training Internacional, que organiza e patrocina a regata, é uma associação sem fins lucrativos e formação de Vela, com membros e actividades em todo o mundo, desde a Austrália aos Estados Unidos, da Índia à Finlândia, da Itália às Bermudas, de Portugal à Nova Zelândia, do Canadá a Espanha, entre muitos outros pontos do globo com tradição na prática deste desporto náutico.
In Boletim informativo do Município de Ílhavo
A Sail Training Internacional, que organiza e patrocina a regata, é uma associação sem fins lucrativos e formação de Vela, com membros e actividades em todo o mundo, desde a Austrália aos Estados Unidos, da Índia à Finlândia, da Itália às Bermudas, de Portugal à Nova Zelândia, do Canadá a Espanha, entre muitos outros pontos do globo com tradição na prática deste desporto náutico.
In Boletim informativo do Município de Ílhavo
segunda-feira, 22 de setembro de 2008
Procissão
Ontem houve procissão na ria, em honra da Nª Sª dos Navegantes. Aqui fica um pequeno testemunho.
domingo, 21 de setembro de 2008
Jardim da Celeste
É nestas flores, em particular,que
vejo desenhar-se uma linha que me leva
de mim a ti, passando sobre um campo
invisível, onde já não se ouvem
os pássaros, e onde o vento não faz cair
as folhas.Estamos em frente de um canteiro
puramente abstracto, e cada uma destas flores
nasceu das frases em que o amor se manifesta,
e do movimento dos dedos sobre a pele,
traçando um fio de horizonte
em que os meus olhos se perdem.Por isso estão
vivas, e alimentam-se da seiva
que bebem nos teus lábios, quando os abres,
e por instantes a vida inteira se resume
ao sorriso que neles se esboça.
Nuno Júdice
Costa Nova do Prado
sábado, 20 de setembro de 2008
sexta-feira, 19 de setembro de 2008
quinta-feira, 18 de setembro de 2008
Mar português
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos,
quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma nao é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.
Fernando Pessoa,
(em a Mensagem)
O poder do mar
Em Setembro veio o equinócio. Vieram as marés vivas, ventanias, nevoeiros, chuvas, temporais. As marés-altas varriam a praia e subiam até à duna. Certa noite, as ondas gritaram tanto, uivaram tanto, e quebraram-se com tanta força na praia, que, no seu quarto caiado da casa branca, o rapazinho esteve até altas horas sem dormir. As portadas das janelas batiam. As madeiras do chão estalavam como madeiras de mastros. Parecia que as ondas iam cercar a casa e que o mar ia devorar o mundo. E o rapazito pensava que, lá fora, na escuridão da noite, se travava uma imensa batalha em que o mar, o céu e o vento se combatiam. Mas por fim, cansado de escutar, adormeceu embalado pelo temporal.
Sophia de Mello Breyner Andresen
(in A menina do mar)
Sophia de Mello Breyner Andresen
(in A menina do mar)
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